"(...) Ontem, fui ver o extraordinário filme de Anibal Massaini - Pelé Eterno - e senti a mesma coisa de infância, ao lado de meu avô, no Maracanã: esqueci-me de mim. Estava de novo diante da beleza que vi em Zizinho. Não estava assistindo a um jogador apenas. A sensação é o mesmo êxtase de se ver uma exposição de Picasso ou, sei lá, uma peça de Shakespeare. Pelé não era apenas um atleta, é um escultor do ar, um grande poeta de gestos e músculos. Ele não busca só o gol, busca a felicidade da beleza. Ele viveu a vitória total e consola milhões de fracassados como eu, de quem tiraram a camisa verde e rubra do Ipiranga em minha trêmula infância de praia."
JABOR, Arnaldo. Amor é prosa sexo é poesia: Crônicas afetivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
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